Maior desastre aéreo da história (Tenerife)



desastre aéreo de Tenerife foi um acidente aéreo ocorrido no dia 27 de março de 1977, no aeroporto de Los Rodeos (atual aeroporto de Tenerife Norte), localizado na ilha espanhola de TenerifeIlhas Canárias. O acidente, no qual envolveram-se dois Boeing 747, um da Royal Dutch Airlines, precedente de Amsterdam e outro da Pan American, precedente de Los Angeles, matou 583 pessoas, sendo o maior desastre aéreo da história. Foi causado por uma combinação de diversos fatores, como terrorismoclima, erro humano e erro do controle de tráfego aéreo. Este desastre tem sido amplamente utilizado em companhias aéreas para treinamento de seus funcionários. (Wikipédia)



Eram duas da tarde quando os Boeing 747 da Pan Am e da Royal Dutch Airlines (KLM) aterraram no aeroporto em Tenerife. Ambos tinham sido desviados para aquela ilha das Canárias porque o aeroporto onde iriam originalmente aterrar, noutra ilha, Las Palmas, tinha sido palco de um ataque terrorista levado a cabo por separatistas das Ilhas Canárias. Não era seguro levar 600 pessoas para um palco de guerra, mesmo que a maior parte estivesse ansiosa para embarcar nos cruzeiros que os levariam de férias pelo mar dentro.

Era tarde, havia pessoas ansiosas por ir de férias e pilotos cansados demais para esperar. Estava na hora de seguir viagem. A pista do aeroporto em Tenerife estava francamente congestionada com todos os aviões que tinham sido desviados de Las Palmas. A rota normal da pista 30 estava bloqueada e portanto os dois grandes titãs da pista tiveram de se ajeitar: ambos fizeram um “backtaxi”, uma manobra de aviação rara em que os aviões são conduzidos até ao fundo da pista e depois dão uma volta de 180º antes de descolar. Assim posicionados a pista, nem os pilotos eram capazes de enxergar os outros aviões por causa do nevoeiro que bloqueava a pista, nem a torre de controle os conseguia controlar à distância por não haver radares no solo.



Ambos os aviões receberam as instruções. O capitão da KLM devia dirigir-se até ao fim da pista, dar meia-volta e manter a sua posição até ordens em contrário, enquanto o piloto da Pan Am devia esperar pela passagem do outro avião na pista mais à esquerda. O avião a descolar primeiro iria avisar a torre de controlo que já estava no ar. Foi aqui que começou a confusão: o nevoeiro impediu o piloto da Pan Am de diferenciar as pistas de descolagem e acabou por atravessar a pista do avião da KLM e entrar no local errado. Ninguém se apercebeu até ser tarde demais.

Entretanto, o avião da KLM chegara finalmente ao ponto de paragem indicada pela torre de controlo. Klaas Meurs, o co-piloto do “The Rhine”, recebeu instruções de descolagem que, afinal, não são mais do que as indicações de altitudes e frequências que o avião comandado por van Zanten devia utilizar. Já saturados pela série de erros, atrasos e enganos, van Zanten e os colegas mostram-se irritados nas conversas com a torre de controlo. Nesta altura, impacientes por partir, interpretam as indicações dadas pela torre como uma autorização para descolar e começam o trajeto: “Estamos agora… na descolagem”, diz van Zanten, mais hesitante do que altivo. Os motores são ligados e começam a andar na pista a uma velocidade de 3 nós.

À altura em que esta última conversa aconteceu, van Zanten podia ter ouvido as palavras da Pan Am e ter carregado a fundo no travão. Havia tempo para impedir o acidente, mas o piloto não ouviu a comunicação: a informação da Pan Am foi dada à torre precisamente ao mesmo momento que van Zanten transmitia à torre a frase “Vamos!”. Nos sistemas de comunicação dos anos setenta, semelhantes a walkie-talkies, se duas pessoas comunicam ao mesmo tempo para o mesmo dispositivo, eles são incapazes de ouvir o que a outra pessoa está a transmitir. Tudo o que o avião da Pan Am pode ver através da janela direita, já tarde demais para agir, é um gigante a vir na sua direção e a apenas 700 metros de distância: “Está ali, olha para ele… Filho da mãe, está a vir! Sai! Sai! Sai”, ficou gravado na caixa negra.
O KLM atravessa o avião da Pan Am a meio.
O acidente de Tenerife, entre um avião com 380 passageiros e tripulação e outro com 234 a bordo, resultou na morte de seis centenas de pessoas. Apenas 61 escaparam à morte. A Royal Dutch Airlines chegou a telefonar a van Zanten, sem saber que estava a bordo do avião, para que contribuísse com a sua experiência para a investigação. O mundo assistia, a 27 de março de 1977, ao maior desastre aéreo do mundo. O acidente tinha resultado numa série de erros. Fatais. (fonte:Observador)





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